quinta-feira, outubro 20, 2005

Dark Side Of The Moon

 
Resisti 10 meses sem falar aqui de música. Não está mau! Mas a razão é de peso. Saquei da internet um documental do "making of" deste fantástico disco, comentado por todos os intervenientes, 30 anos depois. Invejei bastante o talento e a criatividade dos músicos e do engenheiro de som (Alan Parsons), mas sobretudo invejei as condições em que trabalharam: enfiaram-se no estúdio, e só sairam de lá com o disco pronto! E fiquei a perguntar-me o que é que se passou entretanto com a industria musical. Porque é que depois entrou em vigor a moda de gravar discos em 15 dias? Se isso servia para os Ramones, ou para os Sex Pistols, não quer dizer que sirva para todos. Eu pessoalmente tive sorte, porque na última grande produção que tive em portugal, entrei no estúdio por um mês, e sai de lá ao fim de 3. É que era impossível fazer a coisa por menos!
De volta ao Dark Side, deu-me também saudade do tempo em que havia gente que queria dizer alguma coisa com os seus discos, e os tratavam de verdade como a criação duma obra de arte. O tempo veio-lhes a dar razão. Como "concept-album" (disco de conceito), este disco é provavelmente uma das maiores obras-primas da música contemporânea: pela composição, execução, produção e realização. Foi tudo feito à unha! Hoje temos ferramentas impensáveis naqueles tempos, mas a creatividade, e o tempo para experimentação, simplesmente não existem. Que tristeza!
Vou ver se consigo fazer algo em relação a isso! Posted by Picasa

5 comentários:

Anónimo disse...

Conheço até dois producers que de tanto experimentar ultrapassaram o taxímetro da editora... Não tenho pena nenhuma (da editora, claro)!
(moz)

Lusaut disse...

Porque raio resistes em escrever sobre música?

Hoje em dia o único conceito para grande parte dos discos (pelo menos dos discos aos quais se dá o mínimo de projecção) é fazer dinheiro: Para as produtoras/editoras – claro que uma editora quer fazer dinheiro e depressa, mas um trabalho com qualidade, que poderá originar um sucesso prolongado, leva tempo a fazer, para os próprios “criadores” – que não estão a pensar na arte, mas sim no sucesso comercial, no dinheiro! E os que ainda têm um objectivo artístico no seu trabalho, demasiadas vezes têm que se adaptar às condições e exigências dos senhores que têm o dinheiro…

Tenho a certeza que estás a fazer e que já tens feito algo…

SDF disse...

é... vivemos na época do fast-food e já poucos se recordam que o prazer de cozinhar é um prazer que vale por si mesmo, para além de servir de preliminar ao degustar e a refeição.

E infelizmente, o atrás descrito aplica-se à area gastronómica como a todas as outras áreas da vida humana!...

A Burra Nas Couves disse...

Ó Sandra, pensei que tu sabias da conexão entre a música e a gastronomia! É que são as únicas formas de arte que não se apreciam exclusivamente com os olhos

SDF disse...

há mais, Joãozinho, há mais... ;o)