terça-feira, outubro 25, 2005

Politicamente (In)Correcto (a tão esperada e ansiada continuação)

Muitos devem pensar que o politicamente correcto é coisa dos nossos dias, mas enganam-se. A coisa já se vem desenvolvendo há séculos. E passo a elucidar num historial do politicamente correcto.

Muita gente estará convicta que a abolição da escravatura se deveu à constante luta dos chamados “homens de boa vontade”. Errado! O êxito desse movimento deve-se exclusivamente a propósitos económicos. Como? Os escravos tinham tanto valor como o gado, e qualquer criador de gado sabe que custa muito manter o gado em perfeitas condições de saúde, bem alimentado e bem cuidado, para que a sua rentabilização possa ser efectiva. A diferença é que um escravo podia ser muito mais autónomo que um burro ou uma vaca. Nessa época, a Revolução Industrial ia já a passos largos nos países tecnologicamente mais avançados (daí a serem os primeiros a abolir a escravatura). A equação era simples: em vez de se manter um sem-número de escravos, seria mais rentável que os tivessem trabalhando igualmente nas mesmas condições degradantes, pagando salários miseráveis, mas pelo menos os escravos cuidavam-se a si mesmos. Aí nasceu o proletariado. Como a tecnologia já ia proporcionando máquinas capazes de fazer o trabalho de vários homens, não eram precisos tantos homens para o trabalho. Obviamente que nos países, ou zonas de países mais agrícolas do que industriais, a coisa demorou bastante mais. Daí a guerra da Secessão nos Estados Unidos, e daí países europeus como Portugal e Espanha serem dos últimos a abolir a escravatura.

Mais tarde vieram as sufragistas, a quem não foi dado o direito de voto pelo ideal dos direitos das mulheres, mas sim porque servia os interesses dos partidos políticos, quando já se desenhava o que seriam as pseudo-democracias de hoje.

Com as duas guerras mundiais, foi necessário sacar as mulheres de casa, para manterem os países a funcionar, enquanto os homens iam guerrear. E com isso se verificou que as mulheres eram tão ou mais capazes do que os homens para fazer o mesmo trabalho. Com o fim das guerras, mandaram de novo as mulheres para casa, que obviamente não ficaram muito contentes com o assunto, e demoraram uma série de décadas até conseguirem sair de novo, pelo seu próprio pé. Mas conseguiram mesmo? Conseguiram na verdade um lugar equiparado? Então porque é que em regra geral uma mulher ganha substancialmente menos do que um homem na mesma categoria profissional, e com as mesmas competências e responsabilidades? E porque é que, regra geral, observo que as mulheres que “triunfam” no mercado laboral, em vez de aportar algo de novo, simplesmente se comportam como homens? Com a agressividade, frieza e calculismo inerentes.

Tal qual como após as lutas raciais nos Estados Unidos nos anos 60, verifico que os negros que triunfaram na sociedade norte-americana, o conseguiram porque se transformaram em brancos, sem contribuir em nada da sua cultura ao status quo. Os melhores exemplos são Condoleeza Rice, e Colin Powell.

O mesmo processo da abolição da escravatura, passou-se mais tarde com as descolonizações. Os ataques que Portugal recebeu na ONU (merecidos, sem dúvida), no tempo de Salazar, mascaravam a vergonhosa realidade de que também os outros países queriam “meter a unha”, no que era na altura as “províncias ultramarinas”, o que mais tarde se veio a verificar, com as guerras civis em Angola e Moçambique, que só puderam eternizar-se graças aos apoios estrangeiros (a troco de muita coisa, obviamente). Por conseguinte ninguém estava verdadeiramente preocupado se os povos dessas colónias estavam a ser colonizados ou não.

Vê-se ainda hoje, o que deu a descolonização europeia em Àfrica. Inventaram países que nunca existiram, cortados a régua e esquadro, completamente dependentes de tudo, com um nível de vida extremamente precário, que origina a emigração em massa para a Europa, onde se arrisca a vida numa cerca de arame farpado, por um pedaço de pãp, e uma vida um pouco mais digna. Pois é, até a dignidade lhes foi tirada, aos africanos e a quase todos os países chamados do terceiro mundo. E agora vêm as beneméritas ONG’s fazerem aquilo que eles pensam ser o melhor para esses povos. Ajudar o terceiro mundo com os critérios do primeiro.

Desculpem-me os leitores o linguajar, mas.........não me fodam!!!!!

Cada vez que alguma instituição me vem com uma cantilena qualquer de algo que é para o meu bem, começo logo a preparar o orifício anal, e a vaselina, porque sei que vou ter que aguentar algum outro “supositório”, para o bem de todos.

6 comentários:

SDF disse...

Elá!...

O João está mesmo zangado!!!


.. e depois eu é que ando passada, com os neurónios a mil e a precisar de umas canecas??

Moço, tem lá calma! Tás cobertinho de razão e subscrevo quase tudo o que escreveste - ainda quero acreditar que algumas, poucas, mas algumas ONG, fazem um trabalho sério e são movidas por boas intenções - mas respira fundo, porque não tens poder para mudar o mundo e esta adrenalina toda faz-te mal ao coração.

Um dia de cada vez. Ainda há muito boa gente no mundo e andamos aos poucos a acordar. Pode ser que qualquer dia tenhamos, todos juntos, algum poder de lobby para remar fortemente contra a corrente!

Um beijo ibérico.

A Burra Nas Couves disse...

Enganaste, Sandra, não estou zangado, em absoluto. Já passei essa fase há muitos anos. Passa-se que já não tenho nem idade, nem paciência para que me cantem "cantigas de embalar" que já conheço de sobra. Continuo a acreditar nas pessoas, e esse crédito é inversamente proporcional ao que tenho pelas instituições. Quanto às ONG's, pode ser que saibas algo que eu não sei, mas eu sei coisas que tu não sabes.

A Burra Nas Couves disse...

Além do mais não pretendo mudar o mundo. Já tenho suficiente com mudar-me a mim mesmo

Cravo a Canela disse...

É favor visitar o Tubo...

SDF disse...

já vi que andas como eu! dde tal modo afogado em trabalho que nem blogas!

SDF disse...

"joão balalão
cabeça de cão
eu ando a blogar
e tu... não!"

(pronto, eu sei que a lenga-lenga clássica não era bem assim, mas a minha memória já não é o que era e a infância já vai bem longe!... LOL)