tag:blogger.com,1999:blog-106284142024-03-23T18:17:44.649+00:00A Burra Nas CouvesZurrando, dando coices, e outras meiguicesA Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.comBlogger133125tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-92104617963915224702019-02-22T19:19:00.001+00:002019-02-22T19:19:29.354+00:00Um Género de Violência<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-vmN4IH3BOp8U_UIZ_jYSnBV_r-EI4byjlKlTJsQQep0t0VmWVS8S_NvS1A0mSprpftY-y-2-3P6-4jiooUEeCnEFoMSfWgqU8FRjdas6rFgRQ76QsgRqzIQ_psdhXdEFF00t/s1600/Maria+fadista.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="434" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-vmN4IH3BOp8U_UIZ_jYSnBV_r-EI4byjlKlTJsQQep0t0VmWVS8S_NvS1A0mSprpftY-y-2-3P6-4jiooUEeCnEFoMSfWgqU8FRjdas6rFgRQ76QsgRqzIQ_psdhXdEFF00t/s320/Maria+fadista.jpg" width="192" /></span></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A Maria era uma mulher forte. Escondia as suas amarguras com uma alegria contagiante, apesar de ter sido muito maltratada toda a vida, segundo o que me contou. Da última vez, foi caso de polícia, depois de ter sido maltratada física e psicologicamente, e violada repetidas vezes pelo “companheiro”, que chegou a apontar-lhe um arma à cabeça.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b id="docs-internal-guid-be351863-7fff-4b5d-a512-4614632c8364" style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Como valente que era a Maria, conseguiu escapar-se do agressor e chamar a polícia, que tomou conta da ocorrência. A Maria também apresentou queixa no Ministério Público, e tentou pressionar o máximo que pôde, para que lhe dessem solução ao seu caso. A única coisa que conseguiu foi um aparelho da Cruz Vermelha Portuguesa, o chamado “botão de pânico”. </span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Supostamente, se o agressor se aproximasse dela, ela teria que premir o botão, e imediatamente as autoridades apareciam onde ela estivesse. Na prática, a Maria teve que sair da casa que era sua, e alugar uma outra casa, para reduzir as possibilidades do agressor a encontrar, e sentir-se um pouco mais em segurança. E o “botão de pânico” obrigava-a a ligar cada vez que saía de casa, a dizer para onde ia, e com quem ia, e com quem ia estar, e ao chegar ao destino teria que voltar a ligar, a dizer que já tinha chegado, e que estava tudo bem. Nem que fosse para ir ao café da esquina beber um café, ou ao supermercado.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Muitas vezes ela dizia “o outro é que cometeu o crime, mas eu é que vivo numa prisão, enquanto ele faz a vidinha dele, tranquilamente”.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Passei os últimos dois meses de vida da Maria, com ela. Testemunhei em primeira pessoa muita coisa. Inclusivamente os momentos em que a Maria baixava a guarda e se deixava abater por todo o peso que supunha o fardo que carregava. Do seu quotidiano sem respostas por parte do estado, da sua vontade de justiça que tardava, da sua falta de proteção e privacidade.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A Maria consultou uma psiquiatra do SNS em busca de alguma ajuda, que sem mais nada lhe receitou um fármaco, que entre outras coisas, dizia na bula de contra-indicações, que podia acentuar tendências suicidas. E mandou-a voltar passado umas semanas, para ver como se sentia.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Na altura, eu morava na serra da Lousã, e quando a Maria estava lá em casa, era outra pessoa. Passávamos o dia a rir, e a fazer coisas, a cantar. Quando voltávamos a Lisboa, parecia que um manto de obscuridade se estendia sobre o seu ser. Ficava desconfiada, continuamente a ver pessoas que a olhavam, que não estavam a olhar, e a ver o agressor em cada esquina.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Algumas vezes, quando estávamos em Lisboa, a Maria dizia-me para eu a deixar, para seguir a minha vida porque ela estava demasiado partida por dentro, para me fazer feliz. Eu perguntava-lhe que ela me explicara como é que eu poderia deixá-la, e ser feliz.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Sugeri-lhe que viesse para minha casa, não para vivermos juntos, mas para passar uma temporada indefinida, para se restabelecer, até estar forte o suficiente para afrontar a dureza da vida em Lisboa. Ela concordou, e estabelecemos um calendário, para ela poder resolver os seus assuntos em Lisboa. Entretanto ela começou a arrumar as suas coisas, como quem arruma a sua vida.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A Maria trabalhava para a Operação Nariz Vermelho, fazendo rir crianças em estado de vulnerabilidade internadas em hospitais, inclusive no Instituto Português de Oncologia. E eu sabia que ela fazia das tripas coração, porque há que ser uma pessoa muito extraordinária para estar partida por dentro como ela me dizia que estava, e difundir a alegria ao seu redor como ela o fazia. Quem a conheceu sabe bem do que falo. E eu via como ela vinha de rastos do IPO.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Fixou-se a mudança a seguir ao seu último trabalho com a ONV, que seria numa quinta-feira. No fim de semana anterior à mudança, tive um pequeno trabalho que me forçou a ir à Lousã, e aproveitámos a viagem para levar algumas das suas coisas. Ao chegar lá, tirei fotos às suas coisas, para que elas visse lá em casa, e disse-lhe que faltavam apenas alguns dias, para ela poder respirar melhor.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Lembro-me de que da última vez que falámos, no domingo pela hora de almoço, ela perguntar-me se poderia plantar coisas, ao que eu lhe disse que claro que sim, que encontraríamos um cantinho para ela plantar as coisas dela.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Essa mesma noite regressei a Lisboa para encontrar o corpo sem vida da Maria. O peso foi demasiado para ela, e decidiu ela mesma pôr termo ao seu sofrimento. Faz hoje exactamente 4 anos. Tantos como os que me levou para falar publicamente sobre este assunto.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">E falo sobre este assunto, porque vivi de perto, e em primeira pessoa, as consequências da violência de género. E porque não quero que seja um assunto do qual se pare de falar e de testemunhar. Porque quero que se fale, que se debata, que se denuncie, que se exponha até o estado e as autoridades competentes tomarem consciência das consequências da sua inércia e inconsequência. Porque é um assunto que afecta toda a gente, e por conseguinte diz respeito a toda a gente. E por dizer respeito a toda a gente, toda a gente tem que trabalhar no sentido de pôr termo à violência de género.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Quem não respeita os outros, sejam de que género fôr, não se respeita a si mesmo. E por não se respeitar assim mesmo, precisa de desprezar e humilhar outros, para se sentir momentaneamente melhor consigo mesmo.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b style="font-weight: normal;"><br /></b>
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">E hoje quero relembrar a Maria, que talvez já se tenham esquecido dela. Eu não posso.</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
</div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Não sei como agradecer à minha presente companheira, que fez o favor de me mostrar que eu estava errado, ao pensar que nunca poderia voltar a viver ou amar.</span></div>
</div>
A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-67726633300402077082018-10-07T19:25:00.000+01:002018-10-07T19:29:04.342+01:00É o fascismo, estúpido!!!<br /><br />De todas as estupidezes humanas, a mais estúpida de todas será talvez o fascismo, com bastas provas dadas no passado da sua estupidez. Mas sobre a estupidez da qual resulta o fascismo muito pouco se pode dizer, de tão básica. Pessoas com coeficiente intelectual e emocional muito baixo, com as quais pessoas nas mesmas circunstâncias se revêem. Apelam aos sentimentos tribais mais básicos, mostrando uma total ausência de empatia para tudo e todos que não sirvam a tribo, ignorando totalmente uma das poucas verdades absolutas em que todos podemos acreditar: vivemos todos no mesmo planeta, e isto está tudo ligado! Assim como o resto do corpo depende dos rins, ou do fígado. Etienne de la Boetie explicou o resto há quase 500 anos atrás.<br /><br /><br /><br /> <br /><br /><br />No entanto, a reação à ascensão do fascismo, regra geral, tem sido sempre a mesma ao longo da nossa história recente: a resistência e o combate. E só a muito custo e sacrifício o fascismo resulta derrotado. No nosso país “comeu-nos” meio século.<br /><br /><br /><br /> <br /><br /><br />E eu ponho-me a olhar lá para trás para a história, e a ver como e porquê surgiram os vários fascismos que assolaram a Europa, e os que já começaram a assolar (não nos enganemos). Quais têm sido as condições favoráveis para que estes fenómenos possam florescer? <br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Acho que um dos ingredientes mais constantes tem sido quase sempre o falhanço dos governos democráticos em dar resposta às necessidades mais básicas da população em geral, e sobretudo à camada mais desfavorecida (que é por onde normalmente o “cancro” encontra o terreno mais fértil para florescer). Ou seja, o fascismo não aparece por geração espontânea, mas é a estupidez que culmina depois de uma série de estupidezes de uma classe política arrogante e autista, que governa em seu proveito, ignorando quem estão governando, e quem os sustenta. No entanto, essa classe política acha-se imensamente esperta, ignorando a velha máxima de que “o problema do esperto é que acha que os outros são todos estúpidos”. E toda essa “esperteza” não é suficiente para tomar atenção e não descuidar as condições que no passado provaram ser favoráveis ao aparecimento do fascismo, que poderão eventualmente ter como consequência a aniquilação da própria classe política.<br /><br /><br /><br /> <br /><br /><br />Pessoas com educação têm um pensamento crítico, e isso é bastante incómodo para as classes políticas, porque têm que responder perante eleitores exigentes. Talvez por esse motivo, os sucessivos governos tenham transformado as escolas em fábricas de estúpidos, seja pelos programas, pelas reformas, ou pela maneira como têm manietados os professores. Pelo andar da carruagem, talvez lhes saia o tiro pela culatra<br /><br /><br /><br /> <br /><br /><br />Recentemente, em conversa com uma querida amiga, fiquei a saber que o PNR tem andado a abrir creches e centros de dia para os idosos. Ainda me lembro quando eram partidos de esquerda que faziam isso. Claramente esse trabalho social tem sido progressivamente abandonado (pelo governo, ou pela esquerda), deixando o caminho livre. Depois não se queixem.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Toda a minha vida lutei, e combati por aquilo que acho justo, para toda a gente. E sempre que for necessário levantar-me para a luta, lá estarei. Mas sou imensamente mais adepto da prevenção. Já diz o povo na sua imensa sabedoria “Mais vale prevenir….”A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-25465180204382997072018-07-31T16:48:00.000+01:002018-07-31T16:56:48.261+01:00A Estimação dos Animais<ul style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<li dir="ltr" style="background-color: transparent; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; list-style-type: disc; vertical-align: baseline;"><div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 14.6667px; text-align: justify; white-space: pre;">
</div>
</li>
</ul>
Oh pá, eu adoooro animais<br />
<br />
<span style="color: #0c343d;">Eu também, gosto muito de animais</span><br />
<br />
Eu tenho dois gatos e um cão, e tu?<br />
<br />
Eu não tenho animais<br />
<br />
Mas não disseste que gostavas de animais?<br />
<br />
Por essa mesma razão é que eu não tenho animais<br />
<br />
Não percebo<br />
<br />
Tu disseste que tens dois gatos e um cão, certo?<br />
<br />
Certo!<br />
<br />
Os gatos são os dois machos?<br />
<br />
Sim, são os dois machos<br />
<br />
E estão castrados?<br />
<div>
<br />
Claro! Então se não fosse assim, desapareciam e urinavam por todo o sítio, e miavam<br />
imenso quando estivessem com o cio<br />
<br />
E vives no campo ou num apartamento?<br />
<br />
Num apartamento.<br />
<br />
E o cão? Pode andar por onde quer?<br />
<br />
Dentro de casa, claro que sim!! E levo-o a passear pela manhã e pela tarde. Muita gente só os leva a passear uma vez por dia. Eu trato muito bem dos bichos, como te disse, adoro animais. Estão todos vacinados e dou-lhes imensos mimos. Mas não estou a perceber o que isso tem a ver com o facto de tu também gostares de animais e não teres nenhum. Como é que não teres nenhum animal é razão demonstrativa para gostares de animais?<br />
<br />
É que eu não olho para os outros animais como coisas diferentes e distantes de mim o suficiente para os possuir, para os ter, para ser dono deles. Eu também sou um animal, diferente deles, mas em nada superior ou inferior, dado que partilhamos grande parte da nossa biologia, e o mesmo planeta. Sinceramente, não considero que encerrar animais dentro da minha casa, apenas com ordem de soltura controlada (na melhor das possibilidades, duas vezes por dia), castrá-los para minha conveniência, seja sinónimo de gostar deles. Na minha maneira de gostar de animais é começar por respeitar a sua liberdade (e integridade física, obviamente), como eu gosto que respeitem a minha. Se eles acharem por bem estar na minha companhia, é uma escolha deles, e não uma obrigação que lhes imponho.<br />
Acho sinceramente que “ter” animais (por muito bem tratados que eles sejam) não é sinónimo de gostar dos animais. É sinónimo de gostar daquilo que os animais proporcionam, o que é substancialmente diferente.<br />
<br />
É essa a opinião que tens das pessoas que têm animais? Achas que isso não é normal?<br />
<br />
Eu não disse qual era a minha opinião acerca das pessoas que têm animais. Eu expliquei a razão pela qual não ter animais é a minha maneira de gostar deles. Depois, tenho a dizer que a normalidade é um dado estatístico, por conseguinte quantas mais pessoas concordarem com dado procedimento, mais normal se torna. Mas a normalidade não torna o procedimento certo, por ser normal.<br />
<br />
Quer dizer, tu tens a arrogância de achar que os milhões de pessoas que têm mascotes pelo mundo fora, estão erradas?<br />
<br />
Acho que os milhões de pessoas pelo mundo fora têm a arrogância de se achar superiores aos animais que têm como mascotes, ao ponto de dispôr da sua liberdade, e da sua integridade física, para sua comodidade e prazer, e acharem isso normal. Penso que haverá um termo clínico para esse tipo de desvio psicológico.<br />
<ul style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
</ul>
</div>
A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-65479924956255530312010-06-20T23:23:00.001+01:002010-06-20T23:28:46.529+01:00Alguém explique ao homem, por favor!<div>Goivanni Papini no seu livro "Relatório sobre o Homem" disse, e com muita razão, que uma das vantagens de ser néscio, é que não se tem a consciência de que se é! Portanto, haja alguém que tenha a paciência de com tempo e algumas ilustrações, explicar ao sr. Silva que o cargo para o qual foi eleito não é para envergonhar a república da qual é presidente, nem o povo que representa, e sim todo o contrário: dignificá-lo e elevá-lo. E que, no exercício dessas funções, que não têm horário, nem fins-de-semana, não existe espaço para os seus gostos e desgostos pessoais, muito menos para birras de menino malcriado. E que a maioria dos portugueses se levanta todas as manhãs para trabalhar (os que têm trabalho, obviamente), gostem ou não, e que através desse trabalho pagam impostos, e uma parte deles serve para lhe pagar o ordenado, e as mordomias inerentes, inclusivamente a viagem que o levou aos Açores, tenha ela sido paga com as mordomias ou com o ordenado.</div><div>Se isso consiste demasiado esforço para o sr. Silva, então o melhor seria despedir-se. Ser presidente da república é estar apto para dignificar e elevar o nome de Portugal e dos portugueses. Ou seja, exactamente o que fez José Saramago sem nunca ter sido presidente, e sem que ninguém lhe pedira. E numa dimensão que nem nos seus sonhos mais selvagens o sr. Silva poderia almejar.</div><div>Portanto, se o sr. Silva não está à altura de honrar o cargo para o qual foi eleito, o mais digno talvez seja voltar para o Poço (de Borratém), e deixar o cargo livre para alguém com competências para o efeito. Eu sei que é pedir muito a um mentecapto obtuso, a quem um dia houve alguém que teve a triste ideia de dar poder, mas pedir não custa. Vá lá! Alguém que se anime, e vá lá esclarecer o homem! Senão, não passamos disto, e o homem vai passar a vida toda enganado, pensando que é o rei do mambo!! Já viram bem a vergonha que estamos a passar diante de todos os digntários estrangeiros que vieram despedir-se de Saramago, e o homem não estava lá? Isso porque ninguém lhe explicou bem que as coisas não são como ele pensa, ou quer! Vão lá, e levem muitas ilustrações, senão ele vai-se aborrecer, e não perceber patavina. Ah, e tratem-no sempre por sr. presidente ou sr. professor que ele gosta é disso, e de outra maneira não estará receptivo a nada. Vá lá!</div>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-7840255985478547672010-06-20T12:14:00.003+01:002010-06-20T12:24:46.866+01:00Saramago e os Protozoários<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfyev7zImBTuzFIeYgJ2mqEETBNde4ZeU9M4h2ejLiFho8DZl78LINGrczw5bwznVwQJa2LMLQjiADAqJ0rDp719PIWZl1klTcxS0Kzs0bIhOtiyN63auAdW0O4dvlD-neobcu/s1600/3723-jose-saramago.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 310px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfyev7zImBTuzFIeYgJ2mqEETBNde4ZeU9M4h2ejLiFho8DZl78LINGrczw5bwznVwQJa2LMLQjiADAqJ0rDp719PIWZl1klTcxS0Kzs0bIhOtiyN63auAdW0O4dvlD-neobcu/s320/3723-jose-saramago.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484813572365932786" /></a><div>A Burra quebra o seu silêncio de mais de um ano e meio, para fazer uma humilde e devida vénia de despedida ao génio do escritor José Saramago. Foi, é e será sempre uma figura incontornável do património cultural da humanidade. Muitos podem considerar o seu falecimento como uma grande perda, mas eu que não sou tão egoísta, prefiro pensar que a sua existência foi e é uma grande riqueza para todos nós.</div><div>Apesar de grande admirador da obra do escritor, nem sempre estive de acordo com o homem público e com as posições por ele tomadas, mas admirei e admiro a coerência férrea entre as suas opiniões e os seus actos.</div><div><br /></div><div>Tristemente, a morte de uma figura como Saramago é sempre envolvida em polémica pelos que cá ficam, e principalmente pelos poderes políticos, que de uma maneira ou outra, quais aves necrófagas, sempre tentam tirar algum dividendo da situação. A polémica desta vez veio de antigas questões entre Saramago e o actual presidente da República, Cavaco Silva, e do seu ex-secretário de estado Sousa Lara, quando no princípio dos anos 90 vetaram o livro "O Evangelho segundo Jesus Cristo". Cavaco Silva não prestou homenagem na câmara ardente (espera-se que vá ao funeral), e Sousa Lara diz que voltaria a vetar o livro. Ora, é certo e sabido que os homens políticos primam na grande maioria das vezes pela estreiteza das suas ideias, o que não seria de muito incómodo se não fosse pelo poder que detêm para pô-las em práctica. Além desse estreiteza de ideias (que no caso das figuras supra citadas roçam o obtuso), têm deveres para com as maiorias que os elegeram, o que infelizmente põem acima dos deveres inerentes aos cargos que detêm, e para com a população no seu total. Já várias vezes referi que as maiorias nunca têm razão, e que os poucos avanços sociais e culturais da nossa sociedade se devem à tenacidade de estoicas minorias, mas parece que isso é muito fácil e confortável de esquecer.</div><div>Politicamente, José Saramago representou o oposto disso, e não foram poucas as vezes em que entrou em rota de colisão com o próprio partido pelo qual era eleito.</div><div>Quando "bateu de frente" contra os protozoários culturais que vetaram o seu livro, auto-exilou-se em Lanzarote, nas ilhas Canárias, onde viveu até falecer, na passada sexta-feira. No entanto, e isto é bom de salientar, Saramago manteve a sua residência oficial em Portugal, e continuou a declarar e a pagar os seus impostos em Portugal. Eu já não posso dizer o mesmo, embora comungue do sentimento que o levou às Canárias.</div><div><br /></div><div>Foi ateu confesso e militante dizendo que todos os dias procurava sinais de deus, mas não os encontrava. Além disso, também se confessava anti-religioso, dizendo que as religiões embaceavam a visão das pessoas, o que concordo plenamente. Com isso, e um par de livros ("O Evangelho segundo Jesus Cristo" e o seu último "Caim") ganhou a férrea antipatia dos negros arcanjos de sotaina do Vaticano. Não será demais relembrar que no passado houve outros génios da nossa literatura que também chocaram de frente com os mafarricos de deus. Numa época em que ser excomungado era algo muito grave, o genial Guerra Junqueiro mereceu esse "prémio" pelo seu livro "A Velhice do Padre Eterno", que é o manifesto anti-clerical mais extraordinário que conheço. No entanto, ao contrário de Saramago, Junqueiro era um fervoroso crente, baseando nisso a sua contundência contra essa nefasta organização que é a Igreja Católica Apostólica Romana.</div><div><br /></div><div>Apesar de eu não concordar em muitas coisas com José Saramago (entre elas a ideia de uma Iberia unida), uma personagem que despertava tamanhas antipatias da parte da classe política e da igreja, só pode merecer a minha mais profunda simpatia, e mais do que isso, a minha admiração.</div><div><br /></div><div>Mais uma vez tenho diante de mim a imagem de minúsculas figuras políticas querendo pôr-se em bicos de pé diante da maiusculidade merecida de um homem cujo trabalho nos engradece a todos. E quando digo a todos, não digo só aos portugueses, nem aos lusófonos. A obra que nos deixa José Saramago é património de toda a humanidade, e como tal, deixa um mundo mais rico por ter existido. De muito poucos de nós se poderá dizer a mesma coisa, e seguramente nada dos protozoários políticos e religiosos que o louvam ou atacam.</div>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-73415335954693278702008-12-06T15:38:00.000+00:002008-12-06T15:39:57.174+00:00Rir para não chorarÉ a verdade nua e crua, infelizmente<br /><br /><div><object width="420" height="339"><param name="movie" value="http://www.dailymotion.com/swf/x684wa" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><embed src="http://www.dailymotion.com/swf/x684wa" type="application/x-shockwave-flash" width="420" height="339" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always"></embed></object><br /><b><a href="http://www.dailymotion.com/swf/x684wa">The Last Laugh - George Parr - Subprime - subtitulos</a></b><br /><i>by <a href="http://www.dailymotion.com/erioluk">erioluk</a></i></div>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-89236681675441694262008-11-24T22:03:00.002+00:002008-11-24T22:08:47.794+00:00Dose duplaPara todos aqueles que tiveram paciência e interesse para ver o video <span style="font-style: italic;">postado</span> em Abril deste ano, aqui vai a segunda dose, dos mesmos autores. Aconselho vivamente o visionamento. Eu sei que também são duas horas, mas não é de maneira nenhuma tempo perdido. Não me manifesto nem apologista, nem crítico do que se defende e expõe nos dois documentários. Apenas sou apologista de que todos vocês, como eu o fiz, pensem e tirem as vossas próprias conclusões, pois isso é muito mais importante do que apoiar ou refutar aquilo que seja. Pensem! Reflictam! Porque parece que isso hoje em dia está a cair em desuso! Apoiem ou critiquem, não interessa!
<br />
<br /><embed id="VideoPlayback" src="http://video.google.com/googleplayer.swf?docid=-1459932578939373300&hl=en&fs=true" style="width:400px;height:326px" allowFullScreen="true"
<br />A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-85764858992474275122008-04-30T00:29:00.002+01:002008-04-30T01:11:44.049+01:00O quê? Ah, pois......sempre, né?Não só parecem longínquos, os 34 anos passados sobre a revolução, mas mais longínquas parecem todas as esperanças que tinhamos na altura. Trinta e quatro anos de liberdade!<br /><br />Para equipararem-se aos 48 da ditadura, só faltam 14, e ainda há quem tenha a lata de desculpar o atraso do país com a ditadura. Ok, pronto, está bem, foram 48 anos cruciais na história do mundo, em que tudo aconteceu fora das nossas fronteiras, enquanto o pessoal ouvia na rádio o "Serão para Trabalhadores". E........desculpem lá a pergunta.........nestes últimos 34 anos não aconteceu nada no mundo? Ah, ok, temos telemóveis à fartazana, multibancos e fazemos a declaração do IRS pela internet, além da Playstation e da TVCabo, e outras modernices que não me vêm à lembrança. De vez em quando calha-nos a presidência da União Europeia, para podermos andar 6 meses ufanos, e o presidente da Comissão Europeia é um português!<br /><br />Trinta e quatro anos de liberdade! Sim, comparado com o garrote em que se vivia "no tempo da outra senhora", concordo plenamente. No entanto, entendo que liberdade é poder escolher como se quer viver cada segundo da vida, e para isso ter opções e alternativas, e caminhos para caminhar, ou até para fazer caminhos ao caminhar, como diria o António Machado.<br /><br />"No tempo da outra senhora", dizia-se sussurando, nos cantos e esquinas escondidas, que o país era atrasado culturalmente por causa dos três éfes: Futebol, Fado e Fátima. Hoje em dia, sobre a pujança do futebol na cultura portuguesa, nem é necessário acrescentar o que seja; o fado nunca antes gozou de tanta saúde (e eu pessoalmente sou fã, assim como de muitas outras coisas). Onde é que anda a Fátima? Já vem? Está-se a vestir? Tá bem, era só pra saber!<br /><br />"A culpa foi da ditadura! A culpa foi do Gonçalvismo! A culpa foi dos governos provisórios! A culpa foi da AD! A culpa foi do Soares! A culpa foi do Cavaco! A culpa foi dos socialistas! A culpa foi do PSD!"<br /><br />Quando é que será que finalmente, a culpa foi, é, e será única e exclusivamente nossa? Afinal, não é porque as ovelhas possam escolher o seu pastor, que deixam de ser ovelhas, e andar em rebanho! Mas também concordo que só se apresentam lobos, como candidatos a pastor, mas quem não é pastor não lhe vista a pele!A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-47675968363300913412008-04-06T02:04:00.003+01:002008-04-06T02:21:00.985+01:00O Mundo em que vivemos<span style="font-family:verdana;">Pertencendo a uma geração que viveu debaixo da constante ameaça de guerra nuclear, e de outros "papões", comecei desde há muito tempo, e de forma crescente a ter o "atrevimento" de pôr uma série de dogmas em causa. O que me vem trazendo, direta ou indiretamente, pessoal ou impessoalmente, alguns amargos de boca. Uma das coisas que pus em causa foi se essa ameaça realmente existiu, ou foi só uma maneira dos dois blocos manterem as respectivas populações controladas pelo medo, coisa que aliás a igreja católica tem sido pródiga nos últimos dois milénios. Este filme que abaixo partilho, fala de algumas coisas que já aqui foram faladas ao longo dos anos, de outra forma, talvez. Apenas lhe encontro o defeito de passar de um tema para outro sem um aparente fio condutor, mas de facto ele está lá! Têm é que olhar com bastante atenção, ou ter uma aproximação adequada, e essa é para mim, a única falha do filme. Apenas me sinto inclinado a recomendar a quem se disponha a ver o filme (são duas horas, e eu vi tudo), de prestar muita atenção nas palavras ditas no início, e mantê-las em mente durante o resto do filme. São da mais extrema importância, e talvez o mais importante que se diz no filme inteiro. Bom visionamento, e bom pensamento, sobretudo o pensamento, de quem se diz não haver machado que corte a raiz.<br />Quanto aos meus amargos de boca, não têm importância absolutamente nenhuma, pois são apenas uma consequência de estar vivo, e de me cumprir a mim próprio. Afinal é comigo que tenho que viver o resto da vida, né?<br /><embed style="width: 400px; height: 326px;" id="VideoPlayback" type="application/x-shockwave-flash" src="http://video.google.com/googleplayer.swf?docId=-2282183016528882906&hl=es" flashvars="&subtitle=on"></embed><br /></span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-91462226088682803192008-03-20T15:57:00.002+00:002008-03-20T16:03:11.619+00:00Os caminhos da música são insondáveisVeio até mim, no meu myspace, este fabuloso músico chileno. Um exemplo de que, por vezes o menos pode tornar-se em mais. Ao perder o braço direito num acidente, aos 14 anos, Andrés Godoy não deixou que isso fosse um impedimento para fazer música, e inventou uma técnica própria para produzir aquilo que se pode ver e ouvir abaixo. Obrigado por não teres desistido, Andrés.<br /><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/kmrM3EUkMi0&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/kmrM3EUkMi0&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-64577794490576765202008-03-18T00:22:00.002+00:002008-03-18T00:43:07.183+00:00Quem me tem mantido muito ocupado nos últimos 6 meses<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xxDQUza5s7k&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xxDQUza5s7k&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br><br><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Ajo8M2-1dEs&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Ajo8M2-1dEs&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br><br><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/kAWec6SwT18&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/kAWec6SwT18&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br><br><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/F6hRFT9w5cE&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/F6hRFT9w5cE&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br />E desta vez com o luxo de ter como convidados Tino de Geraldo e Tomasito!!!!A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-62945146722664085222008-02-12T17:10:00.000+00:002008-11-13T12:46:39.973+00:00Convém lembrar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW29P04g8xXWYBUyD7pFty6mSprYFRUWNOJtMDERfnA-uQc25i5LWAr748Se2hvtyWDQjn18Ou92JR7bbeLzDZmLRytvNys8G6tJaF0FT9__eWs8pwU5SU2ZawPbEsFxNk5bpp/s1600-h/IMG_0168.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW29P04g8xXWYBUyD7pFty6mSprYFRUWNOJtMDERfnA-uQc25i5LWAr748Se2hvtyWDQjn18Ou92JR7bbeLzDZmLRytvNys8G6tJaF0FT9__eWs8pwU5SU2ZawPbEsFxNk5bpp/s320/IMG_0168.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5166142756085732114" border="0" /></a><br />Em Buenos Aires, Outubro de 2007A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-40087654036170546812008-01-25T08:14:00.000+00:002008-01-25T08:15:40.244+00:00As Artes do Rapaz<object width="425" height="350"> <param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/CDZGA_XeDz4"> </param> <embed src="http://www.youtube.com/v/CDZGA_XeDz4" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="350"></embed> </object>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-5724750938233336202008-01-11T03:04:00.000+00:002008-11-13T12:46:40.199+00:00De mão beijada? 'Tás a brincar!!!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ferE9b9_laW4-_s5xc2rU5zOmuay8Fy6df_oXl0MaPYUJxwOWCUbtcCIXrhz5NDWuC-ZGra012zL5uOrtE63GxHfwJixZSMdsuuwyw22wORMG9oppGO9de_HTvj8hfqO9FBN/s1600-h/IMG_0046.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ferE9b9_laW4-_s5xc2rU5zOmuay8Fy6df_oXl0MaPYUJxwOWCUbtcCIXrhz5NDWuC-ZGra012zL5uOrtE63GxHfwJixZSMdsuuwyw22wORMG9oppGO9de_HTvj8hfqO9FBN/s320/IMG_0046.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5154050485139619650" border="0" /></a><br /><span style="font-size:78%;"><span style="font-family: verdana;">Por muito pequeno que seja, há sempre um preço a pagar pelo que quer que seja. Né?</span></span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-28953970718017850582007-12-31T21:08:00.000+00:002007-12-31T21:09:58.140+00:00A Última do Ano"A vida é aquilo que nos acontece, enquanto fazemos planos para o futuro"<br /><span style="font-size:78%;">John Lennon<br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-size:85%;">Um bom ano para todos</span><br /></span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-65282759131742015932007-12-11T14:12:00.000+00:002007-12-11T14:27:23.988+00:00Ana Benavente interrompeu o silêncio e ( já agora ... )talvez valha a pena lerRecebi há dias este texto por email. Penso que valha a pena partilhá-lo.<br /><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;"> Será este o país que queremos?</span><br /><span style="font-style: italic;"> Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos</span><span style="font-style: italic;"> e com o actual governo.</span><span style="font-style: italic;"> Não pertenço a qualquer estrutura nacional e na secção em que estou</span><span style="font-style: italic;"> inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater,</span><span style="font-style: italic;"> discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.</span><span style="font-style: italic;"> Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido</span><span style="font-style: italic;"> calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a</span><span style="font-style: italic;"> fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus</span><span style="font-style: italic;"> actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte,</span><span style="font-style: italic;"> outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais</span><span style="font-style: italic;"> de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com</span><span style="font-style: italic;"> tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada.</span><span style="font-style: italic;"> Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas de poder, sente que</span><span style="font-style: italic;"> ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os</span><span style="font-style: italic;"> cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final</span><span style="font-style: italic;"> do mandato.</span><br /><span style="font-style: italic;"> Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ensaiando críticas ocasionais.</span><span style="font-style: italic;"> Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as</span><span style="font-style: italic;"> políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante</span><span style="font-style: italic;"> que temos vivido?</span><br /><span style="font-style: italic;"> Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho?</span><span style="font-style: italic;"> Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de carreira? Foi o</span><span style="font-style: italic;"> que aconteceu com os "titulares" e "não titulares", uma nova casta que ainda</span><span style="font-style: italic;"> não tinha sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" professor ou</span><span style="font-style: italic;"> professora? Não é verdade que "ninguém é professor sozinho" e que são</span><br /><span style="font-style: italic;"> necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com</span><span style="font-style: italic;"> estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem</span><span style="font-style: italic;"> efectiva dos alunos)?</span><br /><span style="font-style: italic;"> Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar</span><span style="font-style: italic;"> mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito</span><span style="font-style: italic;"> constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto</span><span style="font-style: italic;"> desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que "quem paga é</span><span style="font-style: italic;"> sempre o mais pequeno"? Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e,</span><span style="font-style: italic;"> não, marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os</span><span style="font-style: italic;"> exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás)</span><span style="font-style: italic;"> afirmar que "nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" as</span><span style="font-style: italic;"> negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos.</span><span style="font-style: italic;"> Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos</span><span style="font-style: italic;"> regimes democráticos.</span><br /><span style="font-style: italic;"> Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor</span><span style="font-style: italic;"> primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz.</span><span style="font-style: italic;"> Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus</span><span style="font-style: italic;"> ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta</span><span style="font-style: italic;"> presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações,</span><br /><span style="font-style: italic;"> cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o</span><span style="font-style: italic;"> Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de</span><span style="font-style: italic;"> decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos</span><span style="font-style: italic;"> recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas</span><span style="font-style: italic;"> estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações</span><span style="font-style: italic;"> dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores</span><span style="font-style: italic;"> lugares? Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da</span><span style="font-style: italic;"> pobreza?</span><span style="font-style: italic;"> Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras</span><span style="font-style: italic;"> simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e</span><span style="font-style: italic;"> colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.</span><br /><span style="font-style: italic;"> Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos</span><span style="font-style: italic;"> futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado</span><span style="font-style: italic;"> para 2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? Que espectáculo!"</span><span style="font-style: italic;"> "No primeiro debate perdi", dizia o actual líder do grupo parlamentar do</span><span style="font-style: italic;"> PSD, "mas no segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os</span><br /><span style="font-style: italic;"> bilhetes...", acrescentava outro líder, este de esquerda.</span><br /><span style="font-style: italic;"> E o país, onde fica? Que informação asseguram os deputados aos seus</span><span style="font-style: italic;"> eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena</span><span style="font-style: italic;"> ser tão maçadora.</span><br /><span style="font-style: italic;"> Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de</span><span style="font-style: italic;"> Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação</span><span style="font-style: italic;"> crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado</span><span style="font-style: italic;"> cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez</span><span style="font-style: italic;"> mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática,</span><span style="font-style: italic;"> claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos</span><br /><span style="font-style: italic;"> relevante? É assim que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera que</span><span style="font-style: italic;"> "as pessoas estão primeiro"?</span><br /><span style="font-style: italic;"> Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas</span><span style="font-style: italic;"> eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar).</span><span style="font-style: italic;"> Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem</span><span style="font-style: italic;"> orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um</span><span style="font-style: italic;"> dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui há</span><br /><span style="font-style: italic;"> palhaços." E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às</span><span style="font-style: italic;"> agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento.</span><br /><span style="font-style: italic;"> Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP,</span><span style="font-style: italic;"> empresa pública, que manda o "homem do alicate" cortar a luz se o cidadão</span><span style="font-style: italic;"> se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor...</span><span style="font-style: italic;"> Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê?? Somos cidadãos castigados!</span><span style="font-style: italic;"> O país cansa!</span><br /><span style="font-style: italic;"> Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes.</span><span style="font-style: italic;"> Movimentos cívicos... procuram-se (já há alguns, são precisos mais).</span><span style="font-style: italic;"> As anedotas e brincadeiras com o "olhe que agora é perigoso criticar o</span><span style="font-style: italic;"> primeiro-ministro" não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida.</span><span style="font-style: italic;"> Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso</span><br /><span style="font-style: italic;"> entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com</span><span style="font-style: italic;"> coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!</span><br /><br /><span style="font-style: italic;"> Ana Benavente</span><br /><span style="font-style: italic;"> Professora universitária, militante do PS</span><br /><span style="font-style: italic;"> In: Jornal "Público" 2/12/07</span><br /></div><br /></div><br /><span style="font-size:78%;"><br /></span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-23228647995814748472007-11-11T03:30:00.001+00:002008-11-13T12:46:40.776+00:00Descansem em Música<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWO1dkbvB_kJTNhNq6fCSYqVUc96DYxmqh1ml78k0HwUarh0gjwPIa95r5zp3hlxOr3cBahDEth8_oHZsiJm3A-9HIkoA4At4k9KFQ6aGm-V2ImdZ0rQWXNoEP1rL9B3HHhCD5/s1600-h/jazz_max_roach.1187356602.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWO1dkbvB_kJTNhNq6fCSYqVUc96DYxmqh1ml78k0HwUarh0gjwPIa95r5zp3hlxOr3cBahDEth8_oHZsiJm3A-9HIkoA4At4k9KFQ6aGm-V2ImdZ0rQWXNoEP1rL9B3HHhCD5/s320/jazz_max_roach.1187356602.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5131420407576152546" border="0" /></a>Este ano o mundo da música perdeu duas personagens de superior significância, para mim. Não sei se vale a pena falar sobre o percurso de Max Roach, pois para quem o conhece, as apresentações são desnecessárias. Para quem não o conhece...................conheça-o! Falo-vos da minha experiência pessoal, para não cair em redundâncias sobre a carreira dele.<br />Quando menos esperamos, a vida presenteia-nos com inesperadíssimas surpresas, e foi o que me aconteceu, quando em 1995, o Luís Hilário do Hot Club de Portugal me telefonou a perguntar se eu estaria disponível para um seminário/concerto, integrado no festival Jazz em Agosto, na Fundação Gulbenkian. Estavamos às vésperas do meu aniversário. Disse-lhe que sim, que estava disponível, mas que me desse mais detalhes. Então lá me explicou que nesse ano o festival iria homenagear Max Roach, e que o mesmo pediu que se formasse um colectivo de bateristas e percussionistas, um pouco à semelhança do grupo M'Boom, que ele dirigia desde princípios dos anos 70. Senti as pernas a fraquejar, e a adrenalina a subir como um foguete. Max Roach? O Max Roach? Aquele que escreveu várias páginas da história do jazz, junto a nomes como Charlie Parker, Charles Mingus, Dizzie Gillespie, Miles Davis, e tantos outros? Esse Max Roach? Por momentos pensei que estavam a gozar comigo, no entanto lá fui eu no dia indicado, na hora indicada para a Fundação Gulbenkian, onde me encontrei com vários colegas, uns mais íntimos do que outros. Não me vou esquecer nunca do momento em que Max Roach entrou na sala, e eu senti como a sua presença encheu aquela sala. Durante os 3 dias que trabalhámos, foi inacreditável aquilo que produzimos, e eu pessoalmente estava abismado com as coisas que me iam saindo. Num dos temas, Max decidiu pôr-me à frente, dando a entrada de um tema com o meu djembé. O concerto do Colectivo Português de Percussão, dirigido por Max Roach, foi um êxito, e desse colectivo nasceu o grupo Tim-tim por Tum-tum, do qual eu já não fiz parte. Um ano e tal mais tarde voltei a ver Max Roach, num extraordinário espectáculo a duo com o bailarino e coreógrafo americano Bill T. Jones. Fui o único do colectivo a apresentar-se ao espectáculo. No final, ainda de queixo no chão do que acabava de ver e ouvir, fui ao camarim cumprimentá-lo, e timidamente perguntei se ainda se lembrava de mim. Ele sorriu e disse "Ah! Mister Djembé Man!". Foi a última vez que o vi. Para ele fiquei o mr. Djembe Man, mas ele para mim ficou como um encontro místico, muito mais além da música.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4Nw_A3dymW18FW9ge53B-TSeLGqoOF6s8bzSoZc-qmKJMEHkSeRhZc7xu82Gg4KS3Byl5CqyxsZ8bVH2JYBPMVrRlOuiF78rvJzpwYhRMTZengdoWZKnnSGhB9ZxVLFJv9Wc/s1600-h/zawinul.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4Nw_A3dymW18FW9ge53B-TSeLGqoOF6s8bzSoZc-qmKJMEHkSeRhZc7xu82Gg4KS3Byl5CqyxsZ8bVH2JYBPMVrRlOuiF78rvJzpwYhRMTZengdoWZKnnSGhB9ZxVLFJv9Wc/s320/zawinul.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5131420618029550066" border="0" /></a>O mesmo que disse sobre as apresentações de Max Roach, digo também de Joe Zawinul. E remeto-me de novo à minha experiência pessoal. Foi há dois anos, no verão, durante o festival El Grec, que mal vi na programação que estaria o Zawinul Syndicate, fui logo a correr comprar o bilhete, e fiquei logo nas primeiras filas, num extraordinário teatro grego daqui da cidade. Sobre o concerto, continuo na mesma, como expliquei em "posta", naquela época, sem adjectivos para qualificar. Digamos que poderei dizer aos meus netos que eu vi Joe Zawinul ao vivo. E não só o vi, como fiquei a fazer figura de fan, esperando que o homem saísse para lhe dar um abraço e lhe agradecer por tantos anos de boa música, e de inovação. Fica-me na memória uma frase que lhe ouvi uma vez numa entrevista: <span style="font-style: italic;">"Creio em Deus, mas confio na inteligência que está por detrás do instinto"</span><br /><br /><br />Tanto Roach como Zawinul foram dessas figuras que vão de catana à frente, abrindo os caminhos da creatividade e da inovação, para nos deixarem referências, reflexões e pistas a seguir. A estes dois e a alguns poucos mais, tenho-lhes a agradecer terem-me ensinado que mais importante que ser músico, é ser <span style="font-weight: bold;">MÚSICA! </span><span>Mas seguramente, se Deus os chamou, foi para os ouvir tocar!!!</span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-54548120805601784842007-09-30T04:26:00.000+01:002008-11-13T12:46:41.481+00:00Custa tão pouco<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5JDgBXIAlV57s-lPra04qwbMwa997eerrs3qV088Mh9dZ4_-voPvhvJNF-Bl7SKuS2A4cSe2Aab2VcgFnfCTWktkB9EpTsJBK5EJ5cnW6RDBk4gZIQrtDgb2ylGNKQwOrbNgw/s1600-h/cor4.jpg"><span style="text-decoration: underline;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">Ainda</span> que <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">desconfie</span> das <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">ONG</span>, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">acho</span> esta <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">campanha</span> bastante inteligente, e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">mostra</span>-nos o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">quão</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">pouco</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">custa</span> dar <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">melhores</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">condições</span> de vida a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">quem</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">não</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">tem</span> nada..............................<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">rigorosamente</span> nada!<br /></span><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5JDgBXIAlV57s-lPra04qwbMwa997eerrs3qV088Mh9dZ4_-voPvhvJNF-Bl7SKuS2A4cSe2Aab2VcgFnfCTWktkB9EpTsJBK5EJ5cnW6RDBk4gZIQrtDgb2ylGNKQwOrbNgw/s320/cor4.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115835796089284130" border="0" /><br /><br /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimNUHec9MOZwy7cVIOvMRPKx-oJRhfBfIE2xwLBDatBdHRgrpj8f7r6MjCwhMW4jlJM-Iu6P-GchbQl9JNhwWxy0_MFKSwvEz-pb-nMWQCqYeZiImqgweLZnajmTSAoFmD0IKF/s1600-h/cor3.jpg"><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimNUHec9MOZwy7cVIOvMRPKx-oJRhfBfIE2xwLBDatBdHRgrpj8f7r6MjCwhMW4jlJM-Iu6P-GchbQl9JNhwWxy0_MFKSwvEz-pb-nMWQCqYeZiImqgweLZnajmTSAoFmD0IKF/s320/cor3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115835684420134418" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi60jESDkq0kKMcIkvz6-iwIqDpqsVRc7NmxuwHLueiGdPeNV5mp9oM5dujXgvayJ2xxUMPorF9-yY7O2x_pnZD3kCrd7qk4LZntXjbF2doOGgDKHqjSTLb_osEL6jhJAaxlyol/s1600-h/cor2.jpg"><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi60jESDkq0kKMcIkvz6-iwIqDpqsVRc7NmxuwHLueiGdPeNV5mp9oM5dujXgvayJ2xxUMPorF9-yY7O2x_pnZD3kCrd7qk4LZntXjbF2doOGgDKHqjSTLb_osEL6jhJAaxlyol/s320/cor2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115835465376802306" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFXS0KvkhtxVNdRO-u8ir1FEkrD4LgxE5maD3cWkar1tWqcsKkKUQyg4HVfD9uogtf6xNqDiIN249Gh9lTGT0s9fxpHmn3X6J2Pj5kC56BmzCRwuFhq2-lTBjvbCQ9bk0hh3jf/s1600-h/cor1.jpg"><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFXS0KvkhtxVNdRO-u8ir1FEkrD4LgxE5maD3cWkar1tWqcsKkKUQyg4HVfD9uogtf6xNqDiIN249Gh9lTGT0s9fxpHmn3X6J2Pj5kC56BmzCRwuFhq2-lTBjvbCQ9bk0hh3jf/s320/cor1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115835336527783410" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5JDgBXIAlV57s-lPra04qwbMwa997eerrs3qV088Mh9dZ4_-voPvhvJNF-Bl7SKuS2A4cSe2Aab2VcgFnfCTWktkB9EpTsJBK5EJ5cnW6RDBk4gZIQrtDgb2ylGNKQwOrbNgw/s1600-h/cor4.jpg">----------------<br />Now playing: </a><a href="http://www.foxytunes.com/artist/c%c3%a9u/track/rainha" title="'Céu - rainha' - open on FoxyTunes Planet">Céu - rainha</a><br /><span style="color: rgb(153, 153, 153); font-style: italic;font-size:10;" >via <a style="color: rgb(102, 102, 102);" href="http://www.foxytunes.com/signatunes/" title="FoxyTunes - Web of music at your fingertips">FoxyTunes</a></span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-15758462544256599392007-09-24T10:30:00.000+01:002007-09-24T10:31:46.211+01:00Pior do que eu pensava!!!!!<object width="425" height="350"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/fJuNgBkloFE"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/fJuNgBkloFE" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="350"></embed></object>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-89796846900306326472007-09-19T01:34:00.000+01:002007-09-19T01:38:19.193+01:00Ser ou não ser...............evidentemente, a grande questão<span style="font-family: verdana; color: rgb(0, 102, 0);">Num pacotinho de açucar li a seguinte frase que acho que merece ser partilhada</span><br /><br /><span style="font-family: verdana; color: rgb(0, 102, 0);">"Não tentar algo com medo ao fracasso, é como suicidar-se com medo de morrer"</span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-65823959536444787422007-09-05T11:11:00.000+01:002008-11-13T12:46:41.636+00:00Será?????????????<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEnrzD5dFN555cWMEDdhSRG5LQGJeqARJCmVb75ZOZn75L7hk24dATiOswmRr1fQOALB4qI3aLfSiaI5TeVAn2TRRqpPxpGGFahWsigvb6ZebXtFOXPmgLnldc8k_eDdlkcURF/s1600-h/war.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEnrzD5dFN555cWMEDdhSRG5LQGJeqARJCmVb75ZOZn75L7hk24dATiOswmRr1fQOALB4qI3aLfSiaI5TeVAn2TRRqpPxpGGFahWsigvb6ZebXtFOXPmgLnldc8k_eDdlkcURF/s320/war.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5106661594041149410" border="0" /></a>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-81292491537075428972007-08-29T02:24:00.000+01:002007-08-29T02:25:44.253+01:00BonzinhosNós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons<br /><br /><br /><span style="font-size:78%;">Sigmund Freud</span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-56422738983053690772007-08-28T05:45:00.000+01:002007-08-28T05:46:24.316+01:00Um apartamento e 6 percussionistas<embed style="width:400px; height:326px;" id="VideoPlayback" type="application/x-shockwave-flash" src="http://video.google.com/googleplayer.swf?docId=-8000409016826512649&hl=en" flashvars=""> </embed>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-15204643348382752382007-08-27T07:50:00.001+01:002008-11-13T12:46:42.019+00:00Fui ver o sol nascer no mar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAOT0X5-pmXpiC5G3kiDqi-BSqYtvuo2T-IUAqieKcsm614WP0wLE6ugsKdnzrjDVJY7vVa7T2eebwd6fp9d3ZuE1EQhQHABJj7I68ru0nWMUkHtjaW6Iog9iPrv6L8WJigM8h/s1600-h/IMG_0025.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAOT0X5-pmXpiC5G3kiDqi-BSqYtvuo2T-IUAqieKcsm614WP0wLE6ugsKdnzrjDVJY7vVa7T2eebwd6fp9d3ZuE1EQhQHABJj7I68ru0nWMUkHtjaW6Iog9iPrv6L8WJigM8h/s320/IMG_0025.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5103269708043642818" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDtJBSlP4-0HcH6xdkdGmBuUFJW8AnSMOd3OFtQYn94t3cCVTKAdKsK3iWh5MTjbQRr063zvYVplFRLVoLlH_G4oFrBs58j7r6l4RMdIISfIarLxNIgFRmHJSz0JLq_7DTRAHY/s1600-h/IMG_0022.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDtJBSlP4-0HcH6xdkdGmBuUFJW8AnSMOd3OFtQYn94t3cCVTKAdKsK3iWh5MTjbQRr063zvYVplFRLVoLlH_G4oFrBs58j7r6l4RMdIISfIarLxNIgFRmHJSz0JLq_7DTRAHY/s320/IMG_0022.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5103269446050637746" border="0" /></a><br />Fui ver o sol nascer. Farto de estar vazio, senti necessidade de que alguma coisa enchesse e fui ver o sol nascer. Depois de 4 dias sem sair de casa, imerso em mim mesmo, arrastei o corpo pesado para cima da minha bicicleta, desci a rua (tenho o previlégio da praia estar no fim da rua), e fui ver o sol nascer no mar. Para trás deixei o meu quarto, onde me enfiei qual gruta. A mala ainda por desfazer há quase 2 semanas, a desordem de objectos e papéis um pouco por toda a parte, reflexo da minha cabeça. Fui ver o sol nascer no mar. Na esperança que um ou o outro me dessem respostas às minhas perguntas. Ou nem isso, nem é isso o que eu queria, apenas queria sentir-me abraçado. Pensando no abraço veio-me à cabeça a terna memória do abraço do meu filho, o qual tão cedo não terei. Nem poderei chegar ao seu quarto, e enquanto ele dormir, passar a minha mão pelos seus cabelos e face, como tantas vezes o fiz. Tentei imaginar que a luz que o sol começava a despontar me abraçava os olhos, que o marulhar do mar me abraçava os ouvidos, e que o calor e a maresia me abraçavam o corpo com braços de seda. E com o olhar pendurado no horizonte a levante, deixei a cabeça esvaziar, e as memórias desfilarem como um filme, emocionando-me e comocionando-me, como se saíssem de mim para o infinito. Já quisera eu! Que essas memórias me abandonassem, nem que fosse por umas semanas, mas eu sei que não. Seguirão desfilando perante os meus olhos, tão reais que quase posso tocá-las, desfilando como uma projeção de slides animados, com cheiros, toques, aromas, calores, humores e amores. Seguirão suspensas na minha mente, como essa bola de fogo suspensa no horizonte à minha frente. Apertado o meu pescoço no dramatismo lusitano, ao qual não posso escapar, o sol acaba de nascer. E diante de um espectáculo assim, a violenta beleza que espraia à minha frente estrangula-me até quase ficar sem ar, os olhos embaçam-se, o meu corpo amolece, e ouço-me dizer: "Tudo isto é triste! Tudo isto existe! Tudo isto é fado!"A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-10628414.post-67161714782530811212007-08-21T09:53:00.000+01:002007-08-21T10:04:35.329+01:00A quem lhe concerneA insensatez, que você fez, coração mais sem cuidado<br />Fez chorar de dor o seu amor, um amor tão delicado<br />Ah, por que você foi fraco assim, assim tão desalmado<br />Ah, meu coração, que nunca amou não merece ser amado<br />Vai, meu coração, ouve a razão, usa só sinceridade<br />Quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade<br />Vai, meu coração, pede perdão, perdão apaixonado<br />Vai, porque quem não pede perdão, não é nunca perdoado<br /><br /><br />De repente do riso fez-se o pranto<br />Silencioso e branco como a bruma<br />E das bocas unidas fez-se a espuma<br />E das mãos espalmadas fez-se o espanto.<br /><br />De repente da calma fez-se o vento<br />Que dos olhos desfez a última chama<br />E da paixão fez-se o pressentimento<br />E do momento imóvel fez o drama.<br /><br />De repente, não mais que de repente<br />Fez-se de triste o que se fez amante<br />E de sozinho o que se fez contente<br /><br />Fez-se do amigo próximo o distante<br />Fez-se da vida uma aventura errante<br />De repente, não mais que de repente.<br /><br /><br /><span style="font-size:78%;">Vinicius de Moraes</span>A Burra Nas Couveshttp://www.blogger.com/profile/16817347637885129319noreply@blogger.com1