Muitos devem pensar que o politicamente correcto é coisa dos nossos dias, mas enganam-se. A coisa já se vem desenvolvendo há séculos. E passo a elucidar num historial do politicamente correcto.
Muita gente estará convicta que a abolição da escravatura se deveu à constante luta dos chamados “homens de boa vontade”. Errado! O êxito desse movimento deve-se exclusivamente a propósitos económicos. Como? Os escravos tinham tanto valor como o gado, e qualquer criador de gado sabe que custa muito manter o gado em perfeitas condições de saúde, bem alimentado e bem cuidado, para que a sua rentabilização possa ser efectiva. A diferença é que um escravo podia ser muito mais autónomo que um burro ou uma vaca. Nessa época, a Revolução Industrial ia já a passos largos nos países tecnologicamente mais avançados (daí a serem os primeiros a abolir a escravatura). A equação era simples: em vez de se manter um sem-número de escravos, seria mais rentável que os tivessem trabalhando igualmente nas mesmas condições degradantes, pagando salários miseráveis, mas pelo menos os escravos cuidavam-se a si mesmos. Aí nasceu o proletariado. Como a tecnologia já ia proporcionando máquinas capazes de fazer o trabalho de vários homens, não eram precisos tantos homens para o trabalho. Obviamente que nos países, ou zonas de países mais agrícolas do que industriais, a coisa demorou bastante mais. Daí a guerra da Secessão nos Estados Unidos, e daí países europeus como Portugal e Espanha serem dos últimos a abolir a escravatura.
Mais tarde vieram as sufragistas, a quem não foi dado o direito de voto pelo ideal dos direitos das mulheres, mas sim porque servia os interesses dos partidos políticos, quando já se desenhava o que seriam as pseudo-democracias de hoje.
Com as duas guerras mundiais, foi necessário sacar as mulheres de casa, para manterem os países a funcionar, enquanto os homens iam guerrear. E com isso se verificou que as mulheres eram tão ou mais capazes do que os homens para fazer o mesmo trabalho. Com o fim das guerras, mandaram de novo as mulheres para casa, que obviamente não ficaram muito contentes com o assunto, e demoraram uma série de décadas até conseguirem sair de novo, pelo seu próprio pé. Mas conseguiram mesmo? Conseguiram na verdade um lugar equiparado? Então porque é que em regra geral uma mulher ganha substancialmente menos do que um homem na mesma categoria profissional, e com as mesmas competências e responsabilidades? E porque é que, regra geral, observo que as mulheres que “triunfam” no mercado laboral, em vez de aportar algo de novo, simplesmente se comportam como homens? Com a agressividade, frieza e calculismo inerentes.
Tal qual como após as lutas raciais nos Estados Unidos nos anos 60, verifico que os negros que triunfaram na sociedade norte-americana, o conseguiram porque se transformaram em brancos, sem contribuir em nada da sua cultura ao status quo. Os melhores exemplos são Condoleeza Rice, e Colin Powell.
O mesmo processo da abolição da escravatura, passou-se mais tarde com as descolonizações. Os ataques que Portugal recebeu na ONU (merecidos, sem dúvida), no tempo de Salazar, mascaravam a vergonhosa realidade de que também os outros países queriam “meter a unha”, no que era na altura as “províncias ultramarinas”, o que mais tarde se veio a verificar, com as guerras civis em Angola e Moçambique, que só puderam eternizar-se graças aos apoios estrangeiros (a troco de muita coisa, obviamente). Por conseguinte ninguém estava verdadeiramente preocupado se os povos dessas colónias estavam a ser colonizados ou não.
Vê-se ainda hoje, o que deu a descolonização europeia em Àfrica. Inventaram países que nunca existiram, cortados a régua e esquadro, completamente dependentes de tudo, com um nível de vida extremamente precário, que origina a emigração em massa para a Europa, onde se arrisca a vida numa cerca de arame farpado, por um pedaço de pãp, e uma vida um pouco mais digna. Pois é, até a dignidade lhes foi tirada, aos africanos e a quase todos os países chamados do terceiro mundo. E agora vêm as beneméritas ONG’s fazerem aquilo que eles pensam ser o melhor para esses povos. Ajudar o terceiro mundo com os critérios do primeiro.
Desculpem-me os leitores o linguajar, mas.........não me fodam!!!!!
Cada vez que alguma instituição me vem com uma cantilena qualquer de algo que é para o meu bem, começo logo a preparar o orifício anal, e a vaselina, porque sei que vou ter que aguentar algum outro “supositório”, para o bem de todos.
6 comentários:
Elá!...
O João está mesmo zangado!!!
.. e depois eu é que ando passada, com os neurónios a mil e a precisar de umas canecas??
Moço, tem lá calma! Tás cobertinho de razão e subscrevo quase tudo o que escreveste - ainda quero acreditar que algumas, poucas, mas algumas ONG, fazem um trabalho sério e são movidas por boas intenções - mas respira fundo, porque não tens poder para mudar o mundo e esta adrenalina toda faz-te mal ao coração.
Um dia de cada vez. Ainda há muito boa gente no mundo e andamos aos poucos a acordar. Pode ser que qualquer dia tenhamos, todos juntos, algum poder de lobby para remar fortemente contra a corrente!
Um beijo ibérico.
Enganaste, Sandra, não estou zangado, em absoluto. Já passei essa fase há muitos anos. Passa-se que já não tenho nem idade, nem paciência para que me cantem "cantigas de embalar" que já conheço de sobra. Continuo a acreditar nas pessoas, e esse crédito é inversamente proporcional ao que tenho pelas instituições. Quanto às ONG's, pode ser que saibas algo que eu não sei, mas eu sei coisas que tu não sabes.
Além do mais não pretendo mudar o mundo. Já tenho suficiente com mudar-me a mim mesmo
É favor visitar o Tubo...
já vi que andas como eu! dde tal modo afogado em trabalho que nem blogas!
"joão balalão
cabeça de cão
eu ando a blogar
e tu... não!"
(pronto, eu sei que a lenga-lenga clássica não era bem assim, mas a minha memória já não é o que era e a infância já vai bem longe!... LOL)
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