É que já não há cu que aguente! Mãe, se estás a ler isto aviso-te já que segues por tua conta e risco!
JÁ NÃO AGUENTO MAIS O POLITICAMENTE CORRECTO!!!!!!!!!!!!!!!!
Quanto mais politicamente correcta se torna a sociedade, mais necessidade sinto de dizer caralhadas, e de verbalmente encher as mãos de merda e esfregá-las na parede! O politicamente correcto é o estado mais vil e cínico a que chegou esta sociedade! Dum snobismo à prova de bala! O parecer bem, o ficar bem, o dizer bem, o fazer o bem, denota a mais baixa condição moral humana! Durante séculos as coisas e as pessoas sempre tiveram os seus lugares nas sociedades humanas, e agora de repente toda a gente é boazinha! Os poderosos sempre foram poderosos, e para se manterem poderosos sempre se apoiaram nos que sempre foderam e sempre foram fodidos. Mas na era do politicamente correcto, toda a gente vive na grande mentira de que toda a gente tem as mesmas hipóteses à partida. Para começar, a lei da selva que tanto horroriza o politicamente correcto, é a lei da natureza: há quem esteja mais acima na cadeia alimentar, há quem esteja mais abaixo, mas imperetrivelmente todos e tudo tem o seu sítio, e os humanos não escapam à regra, por mais que o tentem mascarar. É cruel convencer os cidadãos duma suposta democracia, que têm direito a decidir, quando não se lhes põe diante verdadeiras alternativas credíveis. É cruel convencer um pobre de que se trabalhar muito vai ser alguém na vida. É cruel um artista pop ir a um país do 3º mundo tirar a fotografia com um indígena (de preferência criança), dando-lhe a ilusão de que a sua vida melhorará substancialmente depois da partida do dito cujo. É cruel o politicamente correcto. O politicamente correcto é uma tentativa de que os outros não pensem que pensamos aquilo que verdadeiramente pensamos. È um branqueamento de imagem e intenções. É uma palhaçada mórbida que causa danos irreversíveis à sociedade!
Noutro dia vi num blog amigo a referência a um artista “afro-americano”. O que é isso? Isso existe na realidade? Existem também afro-europeus, afro-asiáticos e afro-oceânicos? Ou é um americano com um penteado afro? Ah, é porque é um americano negro! E de que país é que ele é, já agora? Canadá, Colombia, Argentina? Então e se for americano, mas de descendência marroquina, argelina, tunisina, líbia, ou egípcia? Que eu saiba também são países africanos, cuja raça predominante não é a negra. Que parvoíce é esta? Os vagabundos são sem-abrigo, os almeidas são técnicos de salubridade, os tísicos são portadores de doença infecto-contagiosa, os moinantes são delinquentes, as mulheres-a-dias e as sopeiras são empregadas domésticas, os maricas são homossexuais, os coscuvilheiros são jornalistas e os filhos-da-puta são governo. Andam a gozar com o pagode, ou quê?
Tem continuação............
sexta-feira, outubro 21, 2005
Filosofia de Emilio
Chegou-me ao meu email uma mensagem com uma série de frases “filosóficas”, e algumas (sabe-se lá porquê) achei dignas de nota, e de reflexão. E passo a citar:
-“A facilidade de falar é quase sempre devida à incapacidade de estar calado”
-“Os políticos são como as fraldas do bebés. Necessitam ser mudados frequentemente, e pelas mesmas razões”
-“Não se deve maltratar as mulheres! A natureza encarrega-se disso à medida que o tempo passa” (Com os homens passa o mesmo)
-“A forma das pirâmides do Egipto demonstra eloquentemente que já nessa época havia tendência para os trabalhadores produzirem cada vez menos”
-“Diz a alguém que há 300 milhões de estrelas no universo e acreditará, mas se lhe disseres que a tinta não está seca, terá necessidade de verificar com o dedo”
-“A facilidade de falar é quase sempre devida à incapacidade de estar calado”
-“Os políticos são como as fraldas do bebés. Necessitam ser mudados frequentemente, e pelas mesmas razões”
-“Não se deve maltratar as mulheres! A natureza encarrega-se disso à medida que o tempo passa” (Com os homens passa o mesmo)
-“A forma das pirâmides do Egipto demonstra eloquentemente que já nessa época havia tendência para os trabalhadores produzirem cada vez menos”
-“Diz a alguém que há 300 milhões de estrelas no universo e acreditará, mas se lhe disseres que a tinta não está seca, terá necessidade de verificar com o dedo”
quinta-feira, outubro 20, 2005
Acorda, Lerdo!
Aqui há 2 anos, nos camarins do Barbican Center, em Londres, veio-me ter à mão, sem dono, o livro Awakening (se estiver traduazido para português, a tradução talvez seja Despertar), um livro inquietante de Anthony de Mello. O dito cujo era um psicólogo jesuíta, que pela sua postura, não sei se resistiria no presente pontificado, e nem sei como é que a Santa Madre que os pariu lá do Vaticano nunca lhe deu com o xanato no traseiro, pois aquilo que o rapaz advogava, noutros tempos da fidalguia, dar-lhe-ia oportunidade de fazer companhia aos carapaus no braseiro, como o Giordano Bruno. Além do mais as suas amizades eram pouco recomendáveis, pois era íntimo de vários místicos e teólogos de várias religiões e filosofias espirituais. Claro que isso para mim tem a maior simpatia, e o facto de isso provocar uma severa irritação no escroto do santo padre, quase que o amei. É uma livro que recomendo às mentes mais inquietas. Já vou na terceira leitura, a modos de Tai-Chi-Chuan. Vem-me à memória uma frase que um colega meu em Itália me escreveu na agenda escolar, no fim do curso:”L’importante é che la morte ci trovi vivvi!”
Dark Side Of The Moon
Resisti 10 meses sem falar aqui de música. Não está mau! Mas a razão é de peso. Saquei da internet um documental do "making of" deste fantástico disco, comentado por todos os intervenientes, 30 anos depois. Invejei bastante o talento e a criatividade dos músicos e do engenheiro de som (Alan Parsons), mas sobretudo invejei as condições em que trabalharam: enfiaram-se no estúdio, e só sairam de lá com o disco pronto! E fiquei a perguntar-me o que é que se passou entretanto com a industria musical. Porque é que depois entrou em vigor a moda de gravar discos em 15 dias? Se isso servia para os Ramones, ou para os Sex Pistols, não quer dizer que sirva para todos. Eu pessoalmente tive sorte, porque na última grande produção que tive em portugal, entrei no estúdio por um mês, e sai de lá ao fim de 3. É que era impossível fazer a coisa por menos!
De volta ao Dark Side, deu-me também saudade do tempo em que havia gente que queria dizer alguma coisa com os seus discos, e os tratavam de verdade como a criação duma obra de arte. O tempo veio-lhes a dar razão. Como "concept-album" (disco de conceito), este disco é provavelmente uma das maiores obras-primas da música contemporânea: pela composição, execução, produção e realização. Foi tudo feito à unha! Hoje temos ferramentas impensáveis naqueles tempos, mas a creatividade, e o tempo para experimentação, simplesmente não existem. Que tristeza!
Vou ver se consigo fazer algo em relação a isso!
A Noite (Rectificação)
Afinal a coisa é pior do que eu pensava. A minha mãe teve a gentileza de me corrigir. É que o tal ritual da oferenda à lua não era para prevenir, já era para tentar remediar! Ou seja que isto do noctívago já é de nascença! E o pior, é que me parece que é hereditário, pois o meu rebento também tem certa dificuldade em entregar-se aos braços de Orfeu. Se eu soubesse antes, poderia ter feito uma brilhante carreira como guarda-nocturno, mas pode ser que o meu filho ainda esteja a tempo!
terça-feira, outubro 18, 2005
1964-2003
Se fosse vivo teria a minha idade. Passou toda a sua vida exibindo o seu mau génio, como um dos símbolos de Barcelona (eleito compulsivamente). Apresentava-se normalmente de costas voltadas para o público, espiando ocasionalmente por cima do ombro, com um olhar de desprezo impressionante. Quando se voltava, era normalmente para arremessar excrementos contra a populaça que o observava, por sorte protegidos por um grosso vidro. Era majestoso, altivo, como um grande rei africano. Vimo-nos cara a cara uma vez, e fitámo-nos mutuamente, o seu olhar arguto impunha um respeito impressionante. Uma vida de cativeiro nunca esmoreceu a sua altivez e a sua dignidade, e a sua revolta. Quis o destino que a causa do seu destaque fosse a causa da sua morte. Pela sua condição de albino contraiu cancro de pele. Mas como desde bebé lhe foi negado o direito básico da liberdade, pelo menos teve direito àquilo que é negado a muitos humanos: a eutanásia.
Cumprem-se 2 anos após a sua morte, e queria aqui prestar a minha mais humilde reverência a um símbolo de majestade constante num cativeiro ridículo.
Cumprem-se 2 anos após a sua morte, e queria aqui prestar a minha mais humilde reverência a um símbolo de majestade constante num cativeiro ridículo.
Hibernação
É Outono! Lá fora chove. Obrigado pelas evidências da vida a despir-me da arrogância que os humanos têm em desvincular-se da sua condição animal primeira, recolho inexoravel e lentamente, como um urso à gruta. Adeus, até à primavera!
segunda-feira, outubro 17, 2005
A noite
Rezam as crónicas familiares, que quando eu era bebé, a minha avó paterna me ofereceu à lua, em ritual, para que eu não fosse vadio. Suspeito que os esforços da pobre mulher foram contraproducentes. Tenho vivido a maior parte do tempo da minha vida de noite. Posso pôr todas as desculpas possíveis para que isso acontecesse: a vida profissional, os sonos trocados, etc. O que é certo é que levo mais de um ano, tentando levar a vida de uma pessoa normal, e levanto-me cada dia às 7 da manhã, mas mesmo assim, a noite vem-me chamar à cama a meio do meu sono profundo, e arrasta-me para dentro dela, como se lhe pertencesse. Alguns dirão “sofres de insónias!”, não, não sofro de insónias, porque quando me é permitido durmo muito bem..............durante o dia! Conheço pessoas que levam anos a dormir 2 e 3 horas, e essas, sim, sofrem de insónias, mas eu não me aguentaria nesse ritmo. Por vezes, deito-me antes de jantar, ou faço uma sesta, quando posso. Mas mesmo quando estou morto de sono às 11 da noite, invariavelmente acordo a meio da noite, sem pesadelos, sem ruídos, apenas acordo.
Também se poderia dizer que prefiro a noite ao dia. Não tenho a certeza, pois gosto muito da clara frescura duma manhã de sol, de sair à rua e gozar da exuberância das cores e dos aromas que o dia traz. Das tardes de verão que sempre me remontam à minha infância (não sei porquê).
Por outro lado a noite tem o recolhimento e a intimidade, que o dia não tem. É certo que prefiro trabalhar de noite do que de dia. Concentro-me muito mais, e estou comigo mesmo.
Escrevo esta posta porque mais uma vez, e inexplicavelmente, acordei às 4 da manhã, depois de me ter deitado antes da meia-noite, e ter adormecido. Tenho um primo que é psicólogo, e que uma vez saiu num programa de televisão a explicar toda a história dos ciclos do sono. Bastante interessante, mas já não me lembro.
A noite tem a sua própria magia, algo de clandestino. Como quando comecei a trabalhar naquilo que viria a ser a minha futura profissão. Comecei na noite de Lisboa, que então era muito diferente do que é hoje. Era como um clube selecto a que muito poucos tinham acesso, e pouco a pouco, esse clube me foi abrindo as portas de par em par, até fazer-me membro honorário. Dei-me conta disso, quando há um par de anos me encontrei com um fotógrafo que conheço desde esses tempos, para lhe comprar algumas fotos recentes que me tinha feito. E quando lhe perguntei se ele tinha alguma foto desses tempos, e lhe comecei a referir lugares, personagens e datas, ele disse-me: “Mas isso foi no princípio de tudo! E tu estavas lá!”. Pois é, dei-me conta nesse momento que se tinham passado 20 anos, e que eu tinha feito parte dos primórdios da noite lisboeta. Quando o Bairro Alto era um bairro mal-afamado, onde só paravam putas e jornalistas (muitas das redacções residiam lá). Lembro-me da decadência, das putas, dos edifícios, e dalguns dos jornalistas, e outras personangens militantes da via alcoólica para o socialismo. Lembro-me da inauguração do Frágil (para verem o quão antigo sou), das noites passadas no Ocarina por vezes até entrarem as mulheres da limpeza. Lembro-me também das mudanças que me afastaram para outros lugares do Bairro Alto, ou mesmo para outros da cidade. Nessa conversa, com o fotógrafo, tive então consciência de que tinha feito parte de algo, sem o saber, e sem querer: os primórdios da noite de Lisboa! O mais engraçado é que eu não sou de Lisboa, nem nunca morei em Lisboa. Mas isso pouco interessa à noite, que ainda aqui em Barcelona, continua a reclamar a minha presença, nem que seja a ler um livro, a ouvir música com os auscultadores, ou a ver um filme. A noite sabe que o meu corpo já há muito tempo não me puxa para a borga, e que o “bater as capelinhas” foi coisa do qual me cansei há muitos, muitos anos. Então dedico-me a velar o sono dos meus, e a encontrar-me comigo no escuro..........................e conversar.
Não sei se algum dia a noite me vai deixar dormir em paz, mas entretanto vou-me questionando: hábito ou doença? Maldição ou benção? Pouco me interessa. Como li há pouco na Corveia: “Se entendes, as coisas são como são, se não entendes, as coisas são como são!”
Também se poderia dizer que prefiro a noite ao dia. Não tenho a certeza, pois gosto muito da clara frescura duma manhã de sol, de sair à rua e gozar da exuberância das cores e dos aromas que o dia traz. Das tardes de verão que sempre me remontam à minha infância (não sei porquê).
Por outro lado a noite tem o recolhimento e a intimidade, que o dia não tem. É certo que prefiro trabalhar de noite do que de dia. Concentro-me muito mais, e estou comigo mesmo.
Escrevo esta posta porque mais uma vez, e inexplicavelmente, acordei às 4 da manhã, depois de me ter deitado antes da meia-noite, e ter adormecido. Tenho um primo que é psicólogo, e que uma vez saiu num programa de televisão a explicar toda a história dos ciclos do sono. Bastante interessante, mas já não me lembro.
A noite tem a sua própria magia, algo de clandestino. Como quando comecei a trabalhar naquilo que viria a ser a minha futura profissão. Comecei na noite de Lisboa, que então era muito diferente do que é hoje. Era como um clube selecto a que muito poucos tinham acesso, e pouco a pouco, esse clube me foi abrindo as portas de par em par, até fazer-me membro honorário. Dei-me conta disso, quando há um par de anos me encontrei com um fotógrafo que conheço desde esses tempos, para lhe comprar algumas fotos recentes que me tinha feito. E quando lhe perguntei se ele tinha alguma foto desses tempos, e lhe comecei a referir lugares, personagens e datas, ele disse-me: “Mas isso foi no princípio de tudo! E tu estavas lá!”. Pois é, dei-me conta nesse momento que se tinham passado 20 anos, e que eu tinha feito parte dos primórdios da noite lisboeta. Quando o Bairro Alto era um bairro mal-afamado, onde só paravam putas e jornalistas (muitas das redacções residiam lá). Lembro-me da decadência, das putas, dos edifícios, e dalguns dos jornalistas, e outras personangens militantes da via alcoólica para o socialismo. Lembro-me da inauguração do Frágil (para verem o quão antigo sou), das noites passadas no Ocarina por vezes até entrarem as mulheres da limpeza. Lembro-me também das mudanças que me afastaram para outros lugares do Bairro Alto, ou mesmo para outros da cidade. Nessa conversa, com o fotógrafo, tive então consciência de que tinha feito parte de algo, sem o saber, e sem querer: os primórdios da noite de Lisboa! O mais engraçado é que eu não sou de Lisboa, nem nunca morei em Lisboa. Mas isso pouco interessa à noite, que ainda aqui em Barcelona, continua a reclamar a minha presença, nem que seja a ler um livro, a ouvir música com os auscultadores, ou a ver um filme. A noite sabe que o meu corpo já há muito tempo não me puxa para a borga, e que o “bater as capelinhas” foi coisa do qual me cansei há muitos, muitos anos. Então dedico-me a velar o sono dos meus, e a encontrar-me comigo no escuro..........................e conversar.
Não sei se algum dia a noite me vai deixar dormir em paz, mas entretanto vou-me questionando: hábito ou doença? Maldição ou benção? Pouco me interessa. Como li há pouco na Corveia: “Se entendes, as coisas são como são, se não entendes, as coisas são como são!”
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