domingo, janeiro 29, 2006

Presidenciais 2006

NEVOEIRO


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra

Ninguém sabe que coisa quer
Ninguém conhece que alma tem
Nem o que é mal nem o que é bem
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro
Tudo é disperso, nada é inteiro
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

Fernando Pessoa (10/12/1928)

4 comentários:

Mariana disse...

... Sem palavras.

5 estrelas para ti, por teres escolhido o poema, e o poeta.

5 estrelas para o poeta por ser... "fantásticamente genial".

SDF disse...

e eis que das brumas do tempo, a burra descongelou! ;-)

Welcome back!

Anónimo disse...

Perquè no ens expliques pas coses en català, oi? Encara no has après suficent per explicar't? Em sembla que si! Petonets, maco!

Cravo a Canela disse...

Não percebi nada, mas adorei o comentário! Já agora, qual a tradução de "maco"? Vem com bolinha?